quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Testemunho - Parte 11

Sábado,mais ou menos 23:30 da noite,voltava eu e alguns do bando comigo,todos de bicicleta e eu com uma emprestada,o dono da bicicleta emprestada disse pra mim que era pra eu andar devagar com ela,se eu fosse correr com ela a corrente poderia cair,mas esqueci do que ele havia me dito e naquela noite,não foi só a corrente da bicicleta quem caiu.


Nós já estávamos saindo do bairro do Jardim Caiçara,quando ao sair, avistamos uma pizzaria não muito movimentada,aparentemente os clientes ainda estavam chegando.Quando um de nós teve a "brilhante" ideia de assaltar a pizzaria e eu a burrice de acompanhar,encostamos,derrubamos as bicicletas no chão e entramos anunciando o assalto.Ninguém estava armado,mas fazíamos menção de estarmos,todos na pizzaria ficaram em estado de choque,principalmente uma moça loira que estava na nossa frente,mesmo ela apavorada,não parava de me olhar atrás do balcão onde trabalhava,afinal de contas,nós não estávamos de mascara no rosto,só alguns de boné conseguiam disfarça um pouco o rosto.
O assalto foi muito rápido,menos de 5 minutos já tínhamos,relógios,dinheiro e um celular,apenas um "celular".Mandamos todos seguirem para o fundo da pizzaria e corremos para as bicicletas,cada um pegou a sua e saiu em disparada,sentido bairro do melvi.Hoje há uma pista que separa os dois bairros ,antigamente só havia a passarela e em vez da pista,tinha um caminho de mato e dos lados brejo,como se fosse uma ponte.Lembro que passamos a ponte em alta velocidade,como eramos em mais ou menos 7 pessoas,não dava pra todos passarem,então alguns,como eu mesmo,teve que passa pelo brejo e levantar as bicicletas com as mãos.
Atravessamos e continuamos a correr,quando de repente,fiquei para trás,e ali correndo lembrei o que o dono da bicicleta emprestada me disse.Foi como um filme,bateu um vento bem forte e eu percebi que não conseguia mais pedalar,olhei para baixo e vi que a corrente havia caído,tentei chamar os outros,gritei por eles,mas ninguém me ouviu.Desci da bicicleta assustado para arrumar a corrente quando...ouvi uma sirene,cada vez o barulho dela ficava mais próximo de onde eu estava,para ser específico,eu estava em frente ao "Supermercado Cuca"isso mesmo,o mesmo lugar onde o Vagner e o Flávio bateram o carro.Quando me abaixei para arrumar a corrente da bicicleta,não ouvi mas a sirene,mais vi a bota do policial acerta em cheio o meu rosto e ouvi a voz de um outro dizer"Não se mova,permaneça no chão,você está preso,e soltou um palavrão".
Levei muito chute no estômago e costas,até entrar na viatura.Dentro dela tinham três policiais,um no volante,não falava nada só dirigia o carro,era alto e bem forte,tinha o aspecto de policial iniciante.Outros dois estavam no banco de trás comigo,um moreno e magro do meu lado esquerdo,dava as ordens,o outro alemão do meu lado direito,era o típico"Pau mandado",era o único que depois de entrar na viatura,continuava a me bater.Entre 1 e 1 minuto me desferia um soco,ou apertava ainda mais as minhas algemas,assim machucava minha mão e ficava impossível de não gritar de dor.Foi assim a viagem toda,entre socos e ponta pés com botas de bico de ferro,que fui levado ao meu bairro,o "Parque das Américas".


Cheguei no bairro,era quase 1:00 da manhã,dentro da viatura eles pediam para me entregar os outros comparsas.Eu estava com muito medo,nunca havia passado por isso e mesmo gritando de dor,me mantinha calado,quando de tanto apanhar retruquei ao policial alemão a minha direita"Pode me bater até eu morrer,mas eu não vou falar nada" As cacetadas aumentaram e os gritos de dor também,o que disse ao policial alemão a minha direita,iria levar até o final,mesmo que isso custasse,a minha própria vida...




CONTINUA...



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