quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Testemunho - Parte 12

Quase já sem esperança e mais ou menos as 2:00 h da manhã,me deram uma chance.Vi uma oportunidade de ser livre daqueles policiais e ir embora para minha casa,naquele momento eu só pensava em duas coisas,ir para casa e viver,eu precisa viver!


O policial que até então,estava calado no volante,resolveu falar e disse"Porque vocês não faz esse moleque devolver pelo menos o celular da dona da pizzaria e libera logo esse "infeliz".disse o policial do volante,aos demais.Os dois policiais que estavam comigo no banco de trás,fizeram a proposta para mim,mas eu não tinha nenhum celular comigo e nem muito menos sabia aonde estava,"esses moleques devem ter um esconderijo,algum desmanche por aqui".disse o policial chefe. 
Estávamos passando pela rua do Israel,o pai do Israel trabalhava com conserto de geladeiras,na frente de sua casa havia várias geladeiras usadas,sem eu falar nada,eles desceram ali na casa e bateram na porta.Eu não consegui ver quem atendeu,mas sei que a conversa foi rápida,quando olhei para a direita,um dos que estavam comigo na pizzaria passou ao lado da viatura,chamei-o e disse a ele"Fala pro pessoal que eu não vou entregar ninguém,mas se poderem,deixem o celular na caixa de luz do bar aonde nós ficamos todos os dias,pois,a mulher da pizzaria só que o celular e a polícia vai me liberar se isso acontecer,agora vai embora!"disse a ele com muita rapidez na voz,afinal de contas, estávamos muito perto dos policiais. 
Em menos de 3 minutos os policiais estavam de volta a viatura,ligaram o carro e foram embora para a pizzaria,o policial disse"Vamos levar ele para a pizzaria,a dona falou que mora lá perto,vamos ver se vai reconhecer esse "marginalzinho".disse o policial alemão,apertando um pouco mais as minha algemas.Quando estávamos a caminho da pizzaria eu pedi pra voltar pro bar,falei que o celular poderia estar lá no bar,mas não me deram ouvidos e disseram"Agora o tempo acabou".
Chegamos na pizzaria e os donos estavam em frente do estabelecimento,eram 4 pessoas e uma delas a moça loira que tinha me olhado de trás do balcão na hora do assalto.Meu coração acelerou e o policial alemão me pegando pelos braços,disse aos 4 que estavam lá"Pegamos esse individuo,alguém o reconhece ?"disse ele.
Tentei abaixar a cabeça para esconder o rosto,mas o policial fez questão de levantar meu rosto com suas mãos e disse"E agora, alguém o reconhece?disse ele em alta voz.A moça loira confirmou e chorando disse"é...questão de honra esse delinquente... ser preso!!!".disse ela.Imediatamente fui conduzido ao 12-DP de Praia Grande,chegamos a mais ou menos 3 horas da manhã,o delegado já estava nos aguardando e a recepção não foi das melhores,o delegado insistia para eu assinar o artigo 157(Roubo a mão armada),mas eu não estava armado,se existisse alguma coisa justa naquela hora,então,era assinar o 155(Furto sem porte de arma).
A soco e ponta pés,eu não tive opção e assinei o artigo 157,fui levado para uma sala e forçado a entregar o bando,com o lugar onde cada um morava.Me fizeram mil propostas,mas eu decisivo disse"Eu já falei que não digo nada,agora não tenho mais nada a perder".Então começou a tortura,o policial que antes dirigia a viatura,agora segurava os maes braços,enquanto o alemão batia em todo o meu corpo,ao ponto de eu não senti mas dor alguma,parecia que eu estava morto!


Eu não estava morto e ainda tinha o que perder,o diabo estava ali,aguardando a minha alma e por algum motivo ali,eu ainda viveria...


CONTINUA...

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